Mulher, eu profeta
dou-te a conhecer o futuro de
teu filho homem: no dia tal, à hora tal, ele terá que abandonar a casa.
É criança de
colo ainda. Vai crescer
como cresce a palmeira do deserto. Será bom
filho? Mau será? Não lhe importam tantas conjeturas: partirá no dia e hora
pré-determinados.
No primeiro
dia, não virá jantar, virá dormir
mais tarde. No segundo,
perguntará por perguntar de algum
parente morto. No terceiro,
ficará cismando, até que pegue as coisas, vá e não regresse.
Nesta hora,
então, não lhe peças
mais que te apanhe o xale que caiu no chão.
Tu chorarás
aos gritos e soluços? Concordarás de
pronto? Irás até a porta? Aprontarás
comida? Uma atitude ou
outra em nada influirá: ele parte. Teu "sim" ou "não me deixes" soarão
inúteis.
Não sei por que
te aviso coisas do futuro, mulher, e ainda, outra
vez mais, aviso-te outra vez: faze o que
quiseres de teu filho homem, mas chegarão a
hora e o minuto exatos: ele partirá.